Partiu de uma ideia simples, não minha. Ouvi no discurso de abertura do projeto “Ler é Poder” do município de Tramandaí, onde moro e trabalho, dou aula, aprendo, ensino ( palavra que vem dando arrepios nas “pedagogias”...mas outro dia comento)...
O discurso, boas vindas e torcendo para
dar certo foi da nossa secretária de educação Liane Léia Rosa de Freitas, onde
pediu que proporcionássemos aos alunos da rede, leitura diária de dez minutos, fora
da leitura dos conteúdos. Tipo uma leitura deleite. Sugeriu que fosse no início
da aula, mas que ficaria em nossas “mãos”.
A partir deste momento, primeiro veio a
negativa...tipo: “falar é fácil, quero ver é colocar os alunos lendo
silenciosamente além dos conteúdos estes dez minutos...” somos rançosos! Mas
meu ranço é passageiro, para reclamar, gosto de experimentar! Fui praticar!
Estabeleci, “por decreto”, que na
entrada do recreio nós iríamos ler todos os dias por dez minutos...livrinhos da
biblioteca, livrinhos da sala de aula, livrinhos de casa...e a ideia pegou!
Todos os dias, lemos por dez minutos! Os alunos já incorporaram...já entram
pedindo os livros, ou pegando os de casa...de repente deu muito certo, até
acabou aquela agitação da volta do recreio. É indescritível o que acontece! Aos
poucos vou me adaptando e postando!
O que me deixou feliz esta semana, é
que um aluno trouxe de casa o livro “Meu pé de Laranja Lima” de José Mauro de
Vasconcelos. Livro da minha adolescência!!! Vi a capa e quase atrapalhei a
leitura do aluno! Pedi o livro emprestado! Comentei que já li, mas lembro pouco
e quero ler de novo! E disparei: “ trate de ler logo! “
Claro que educadamente ele me ofereceu
para ler! Nesta hora deixei de ser criança, voltei a ser a professora (adulta)
e disse que esperaria!
Semana que vem, os livros na cabeceira
vão descansar, vou reler a história do Zezé e a árvore que o ouvia...não lembro
do resto!
Ideias simples são viáveis, e podem nos
trazer surpresas boas!